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O que é a surdez?

Aproximadamente um décimo da população sofre algum grau de perda auditiva. Esta quantidade é tão grande que, direta ou indiretamente, cada um de nós é afetado.

A deterioração da audição é, geralmente, um processo gradual que pode ser tão lento que a pessoa afetada não se dê conta durante muito tempo, até que outros já tenham suspeitado do seu problema.

A surdez deve ser encarada com muita seriedade, pois é muito incapacitante e a dificuldade que acarreta à pessoa chega ao ponto de que muitos admitem ser melhor a perda da visão, em vez da perda da audição. Isso pode ser avaliado pelo depoimento de Hellen Keller, que era surda profunda e cega:

“Os problemas de surdez são muito mais profundos, mais complexos e mais importantes que os da cegueira. A surdez é o maior dos infortúnios, a perda do mais vital dos estímulos: o som da voz que nos traz a linguagem desencadeia-nos os pensamentos e nos mantém na companhia intelectual dos homens”.

Do que depende a surdez?

A surdez depende muito da idade em que se instala, sua intensidade e sua causa. A surdez da criança é a mais séria, pois repercute no desenvolvimento da fala, do intelecto e do aprendizado. Se for profunda, como no surdo-mudo, poderá, pelo atraso psicomotor, apresentar características similares às de um excepcional.

Na criança de idade escolar, a grande repercussão é na escolaridade, constatando-se que aproximadamente 50% dos repetentes são deficientes auditivos.

No adulto, as grandes dificuldades são de ordem profissional, pois, muitas vezes, já totalmente profissionalizados, têm que buscar uma nova profissão, pois não são mais capazes de exercer a sua (por exemplo: músico, vendedor, etc).

No idoso, a questão é mais simples, pois vai progressivamente se adaptando, uma vez que a perda é lenta e, como já não depende tanto da audição, consegue adaptar-se razoavelmente bem.

Porém, diante do surdo, é importante não julgar somente as repercussões pela falta de audição, mas pensar que existe uma doença que a está causando e que pode ter gravidade para a vida como um todo.

Quais são as causas da surdez?

As causas mais comuns de surdez são:

* Congênitas, isto é, hereditárias, de nascimento;

* Infecção por rubéola durante a gravidez;

* Infecções virais, sífilis ou remédios tóxicos para o ouvido durante a gravidez;

* Falta de oxigênio durante o parto;

* Trabalho de parto prolongado e traumático;

* Infecções de ouvido, com saída de pus da parte mais interna do ouvido;

* Traumatismo muito sério do crânio;

* Exposição muito prolongada a ruído intenso;

* Tumores;

* Alterações das glândulas endócrinas

* Problemas circulatórios;

* Distúrbios do osso do ouvido (otospongiose ou otosclerose).

Quando devemos suspeitar de surdez?

É fundamental identificar o mais cedo possível a existência da surdez, para evitar que progrida, atingindo um estado em que não haja reversibilidade, que degenere a fala e que repercuta, principalmente na criança, no desenvolvimento intelectual e na escolaridade, etc. Com isso, também se evita que a causa venha ter conseqüências em outras áreas do organismo.

Em relação à criança, deve-se suspeitar de surdez naquelas convencionalmente chamadas de “alto risco”, como: filhos de mães com rubéola durante a gravidez, surdez na família, pais com sífilis durante a gravidez, parto muito difícil, incompatibilidade Rh (troca de sangue ao nascer), prematuros com muito baixo peso. Nestes, de alto risco, a incidência de surdez é onze vezes mais freqüente do que na população comum.

Auxilia na detecção precoce a identificação por parte da mãe do fato da criança não chorar no berçário, quando outras começavam a fazê-lo, de ficar alheia a ruídos intensos ou manifestar atraso significativo na fala sem outras causas conhecidas. Explicando melhor: não fala, quando já tem idade para isso; fala gritando muito; aproxima-se muito da televisão ou levanta o volume da mesma ou troca muito as letras das palavras quando fala.

No adulto, devem chamar a atenção os fatos de solicitar repetição do que foi dito, de falar muito alto e com a articulação inadequada, de cansar-se ao ouvir algum assunto prolongado, de não escutar o tique-taque do relógio, etc.

A surdez tem tratamento?

A surdez tem cura, na maior parte das vezes, quando atinge o ouvido externo (canal), ouvido médio ( onde estão o tímpano e os ossinhos do ouvido), isto é, alcançado por tratamento ou cirurgia. Quando atinge o ouvido interno (cóclea e nervo auditivo) a perda, na quase totalidade das vezes, é irreversível, devendo, então, a audição ser recuperada, pelo menos, em parte, por aparelhos para surdez, as chamadas próteses acústicas.

As cirurgias do ouvido externo e médio evoluíram muito, sendo feitas com microscópio, viabilizando a correção de defeitos, principalmente os que se instalam no tímpano e ossículos do ouvido, que se movimentam transmitindo o som para o ouvido interno.

As próteses acústicas também evoluíram muito e, hoje, são eficientes, estéticas e minúsculas. É fundamental que não se tenha restrição de ordem patológica ao seu uso, a exemplo do que ocorre com os óculos.

Atenção: Todas as informações contidas neste site possuem caráter informativo, não substituindo, em hipótese alguma, as orientações de seu médico.